18 maio 2009

Go

Eu ía comentar aqui umas frases que li/ouvi envolvendo triatlo, frases que me tocaram de algum modo, que encontraram em mim um canto pra elas, de modo que vou levá-las pra sempre, mesmo que pare de treinar. Mas desisti. Deixa pra depois. 
Também pensei em protestar aqui contra essa mania dos pentelhoschatos-críticos-de-cinema que adoram apontar e reclamar dos clichês das comédias românticas. E filme de terror não tem clichê? E de suspense também não? E de guerra? Ai, por favor. 
Outra idéia pro blog foi justamente, vejam só que incoerente, criticar as comédias românticas, não só elas, mas todas as histórias, em livros, TVs ou cinema, nas quais o final feliz está, por assim dizer, no final. 
Idéias... Ficaram aqui desfilando na minha frente... e eu nada de agarrar uma delas.
Pensei também em tão simplesmente colar aqui, e talvez linká-la a um vídeo do you tube, a letra de uma canção da Marisa Monte. Uma letra antiiiiiiga que, puxa vida, me enche os olhos d'água. 
Idéias... Abandonei todas. 
E resolvi postar minha mais nova invenção na cozinha! Olha.

Vai queijo, tomate e espinafre. Mas pode ir qualquer coisa, depende de ti. É parecido com o wrap, que ando comendo por aí. Aí tu serve uma taça de vinho bom enquanto prepara... sim, uma taça serve. Metade dela para abrir o apetite, depois metade para brincar com o sabor que ficou na boca (e abrir caminho para a sobremesa).

Enfim, é isso. Esse blog precisava andar. Nesse sentido, foi um post cumpridor, honesto.  O importante mesmo é que Saturno retomou seu movimento direto, e isso explica muita coisa. Não tudo, claro. Mas o que explica tudo?
Porque uma hora, meu nêgo, os gurus somem, os mestres se calam, e é chegado o momento de tu ir lá fazer a porra da coisa pra qual tu te propôs. 
Vai e volta, que eu te espero no bar. Te pago uma cerveja e tu me conta como foi. Vamos chorar, se for o caso. Vamos rir, certamente. Mas vai ser bom.

05 maio 2009

Check list, check in, check out

Às vezes, o caminho se estreita, o corredor aperta, fecharam as janelas reclamando do vento, o sol se esconde atrás das nuvens. É preciso acender os faróis. E ainda assim pode não adiantar. Então, eu puxo a cordinha, pára o trem, quero descer. Ele segue sei lá pra onde, eu sento na beira da estrada, e o sol começa a aparecer de novo, me aquecendo lentamente. O céu azul em cima de mim, tão sem fim, me conforta porque, na sua grandeza e serenidade (enquanto a gente loqueia aqui embaixo), redefino o tamanho das coisas que me incomodam. É o momento em que preciso lembrar por que tenho essa e não outra vida. 
Check list. 
Lembrar por que fiz jornalismo, por que treino, por que escrevo no bLOg, por que escrevo na parede, por que tomo café aroma chocolate, por que gosto de mix aperitivo uniagro, por que meu cabelo é comprido, por que desisti da educação física, por que assinei aquela revista, por que não fiz o meio iron, por que faço curso de massagem, por que coloquei essa foto no MSN, por que comprei aquele CD, por que moro sozinha, por que acredito em astrologia, por que fico quieta, por que esse livro está na beira da cama, por que choro, por que dou risada, por que acreditei, por que duvidei, por q saí do emprego fixo, por que tenho um jipe, por que quero uma kombi, por que ando de ônibus, por que não tenho um filho quando muitas amigas já têm, por que tenho marcas no joelho, no quadril e no cotovelo direitos. Por quês.
Por que me importo.
Quem se importa?
Algumas respostas se repetem, outras mudam, ficam mais simples ou mais sofisticadas.
Não estou sozinha na estrada. Tem gente que pediu pra descer um pouco antes, outros posso reconhecer mais adiante. E tem os que aparecem pra ficar comigo, até que eu decida seguir. Alguns invisíveis, outros de carne e osso. Tenho de aprender a reconhecer, aceitar e agradecer a ajuda que parece só companhia.
Os trens continuam a passar. Tem gente que amo dentro deles. Adeus? Outros me confundem, será que eu deveria ir com eles? E tem gente cuja companhia não quero e, quando me vêem parada ali, penso: tchau, me erra (ou, ok, confesso, é mais assim: vai pra Puuuuuu***!!).
E, quando sinto que chega (isso não quer dizer que todas as respostas tenham vindo), que deu, que a bunda tá doendo de estar sentada, retomo a viagem. Às vezes, a pé, às vezes voando. Às vezes de mãos dadas, às vezes abraçada, às vezes carregando algo nas mãos, às vezes com elas livres procurando algo pelo caminho para levar comigo como lembrança ou para dar a alguém mais ali na frente.
Tem gente que acha meus textos tristes. E por isso acha que sou triste. Adianta eu dizer que não é bem assim? O contrário também. Tem gente que nos faz pensar: puxa, como essa pessoa é feliz e engraçada e divertida e alto-astral. Mas talvez não seja bem assim. Tem de chegar bem perto para saber. 
De quem você chegaria bem perto para saber?
E quem você deixaria que chegasse bem perto?


obs 1: fiquei pensando sobre as palavras "importa" e "adeus". Se importar. Vem de importante? Se achar importante? E adeus seria dar algo a Deus? aDeus. Soltar, dizer tchau confiando que Ele vai saber o que fazer? 
Para dizer adeus, a gente deve se importar ou não se importar?
Geeeeeeeeente, alguém pára a minha cabecinha, plis! Que viagem. "Atenção, passageiros, voo LO, número XXX, embarque imediato no portão XXX. Última chamada :)
Falando em chamadas de voo, caramba, olha esse site e confere se não é um dos mais bizarros que tu já viu (ou ouviu). A dica foi do Sebastião.

obs 2.: desculpem-me as pessoas que eventualmente se sentirem citadas em meus textos. Porque tem vezes que realmente o são e não sei se tenho esse direito, mas outras tantas vezes que não, e ainda assim tem quem ache que é. Não tem como evitar. E eu não quero deixar de escrever o que sinto tentando mantê-las ao meu lado. Por que explico isso? Não sei, talvez eu ache que sou importante para vcs. Ou talvez vcs sejam muito importantes para mim.
Plim! Hora de dar aDeus pra esse texto. 

01 maio 2009

Iberê aprovaria

A gente estava indo por ali, costeando o Guaíba, daqui a pouco mergulhamos no asfalto, sumimos do mapa e do google earth, desaparecemos da via, fomos pras profundezas do rio, pro porão da Beira-Rio. 
Não, não era de bike. Foi correndo que eu e minha parceria de pace invadimos a monotonia da manhã de feriado dos guardinhas que guardam o estacionamento subterrâneo da Fundação Iberê Camargo. Ainda bem que não foi de bike, porque aquele piso lá deve escorregar e tem umas cancelas fechadas no meio da caminho. Os dois meninos nada falaram, apenas nos acompanharam naquele breu, espichando o pescoço. Foi divertido. Ainda ganhamos umas buzinas dos motoristas que nos flagraram emergindo das profundezas. Iberê aprovaria, lógico.
Treino-lúdico hoje: 15km, frequência baixa, coração mais calmo, e com direito à água de coco no final. Aliás, a reforma ortográfica versa algo sobre o coco, o côco e o cocô? Importante isso, pôxa.

Falando em Iberê, parecia um quadro/uma pintura o que vi hoje, já na volta pra casa. Precisava ter fotografado, a fim de que eu mesma não duvidasse de minha lembrança. Ali no Dilúvio. Imagina o riachinho em espichaaaada perspectiva. Agora, mira as lajes laterais, aquelas bem junto da água imunda, tipo um piso estreitinho, antes do barranco que leva pra Ipiranga. Imaginou? Pois naquela laje ali, do lado direito, enfileiradas e mantendo uma distância quase matemática entre si, havia umas 20 garças. Todas viradas para a margem da esquerda. E lá na esquerda, uma, eu disse UMA única garça, olhando para as 20. Por deus, era desse jeito, eu vi. 
Haveria de ser algum paredão de fuzilamento? Ou o jogo do sério? Um julgamento? Uma apresentação artística? Estaria aquela UMA escolhendo um marido ou seria aquela UMA macho e este escolhendo uma esposa?
Ok, ok... podia ser tanta coisa, mas de fato não seria um quadro de Iberê.

Bem juntinhas

Bem juntinhas
eu e a Búio