30 agosto 2009

Eles não são parecidos?



O Osho e o Osama Bin Laden. Ou o Osama e o Osho, sei lá, me perdi agora de que lado tá um e o outro.
Parecidos, não são?
E de certa forma teve (ou tem) quem "seguiu" o Osama como se ele fosse um mestre.
E de certa forma também o mestre Osho faz explodir, por abaixo algumas torres (as nossas, internas).
Sei lá.
Ok, admito: esse bLOg podia seguir seu rumo sem esta postagem. Foi mal aí.
Até porque eles não são parecidos.

24 agosto 2009

Arrepios

Dia desses, quando ventava muito em Porto Alegre, pensei:
"... e o vento levou... Mas e quando ele não leva?".

Daí que hoje, numa daquelas poesias coladas nos vidros dos ônibus, eu li algo como isso:
"... a intensidade dos ventos é medida pela vontade de ficar".

uau.
Arrepiei. Arrepiou aí? Foi o vento...

19 agosto 2009

Astros, moda e a Era da Nuvem

Gosto de astrologia. Gosto de pensar que algo está acima da nossa razão, no invisível. Temas do tipo atiçam minha curiosidade. Gosto de pensar que somos sim influenciados pelos planetas e pelo Universo tal como são todos os animais e plantas, ventos e oceanos...
Mas, claro, muita gente ri dessa minha tendência "mística" (acreditar no invisível/abstrato é muito pisciano; eu sou de Peixes!).
Há preconceito e há, claro, lucidez também - afinal, não podemos decidir nossa vida pela previsão do horóscopo, claro que não. Astrólogos sérios dizem justamente isso: o que importa é o que o teu psiquismo faz com as informações e tendências referentes ao teu signo. E aí, se formos abrir o baú do psiquismo e seus mitos... já viu, né?! Caixa de Pandora total... Muita calma nessa hora.
Então, seriamente ou apenas por incontrolável curiosidade, leio tudo o que passa pela minha frente sobre astrologia - dos textos mais debochados aos mais sensíveis e analíticos. Na categoria "amenidades indolores", cliquei num que relacionava o ascendente à Moda. O meu é Libra, vamos lá:
Ascendente Libra
Sua noção de valores e equilíbrio saberá dosar com justiça os hippies chiques em casaco curto de lã e as eco-bags feitos dos tecidos naturais e orgânicos.Você é a cenógrafa de seu próprio estilo. Cinto de couro dourado trançado com fivela num vestido fluido em cetim de seda preto. Eleja como partners as cores azul e turquesa laminados e às vezes o verde e o rosa flúos. O metal estanho ou ferro aplicados por safira, tanto para anéis como para brincos, marcará sua elegância. Notas de pêssego, alface e aipo com fundos adstringentes para todos os homens virarem vegetarianos. Sandália de couro e strass para festas em volta de piscinas fosforescentes. A maquiagem com design egípcio poderá torná-la a ancestral de Nefertiti.


Hein???
Olha bem as palavras destacadas... Depois é a astrologia que é abstrata?!?! Que é maluquice?!?! Moda é pura viagem, que o digam os desfiles do Ronaldo Fraga... Só que ninguém torce o nariz para alguém que acredita/vive da moda neh? Por quê?

Ficou curioso com o teu ascendente? Divirta-se Aqui.

***

Há uns sete anos mais ou menos, tive uma ideia maluca de pauta que sugeri ao editor de Cultura do jornal em que eu trabalhava. Meu amigo, simpatizante de ideias malucas, artista que é, o Edu topou e me disse: "tenta fazer". Eu tentei. As fontes que procurei não entenderam a pauta e não toparam...
As coisas têm seu tempo mesmo. Se elas podem ser pensadas/sonhadas, elas podem existir, é o que eu acho. Só que... cada coisa no seu tempo.
(porque a rigor o tempo não existe, é uma convenção, ou seja, uma invenção também neh? A gente só precisa lembrar disso... As coisas pensadas já existem; só precisamos de tempo pra enxergá-las, já que apenas sentir parece não bastar.)
Na semana passada, diante da capa da revista Veja de 12 agosto, não é que vi, finalmente, algo muito, muito próximo da minha ideia?!? Minha ideia finalmente está se materializando! O que eu quis fazer na época era mais ou menos o seguinte: representar graficamente (e livremente) o que é a internet, a rede mundial de conexões. Como ela seria desenhada? Como seria "seu mapa"? Sua topografia? Sua imagem? Uma foto da internet. Como ela é?
Busquei alguns profissionais de áreas diversas e os convidei para esse desafio. Não era fácil mesmo. Acho que, na época, foi mais ou menos como pedir para um homem das cavernas desenhar o que seria o Espaço/o Universo. Um dia o homem se fez essa pergunta. Com certeza, a imagem que temos de espaço/universo pode não ser a real, mas se tenta desenhar, mostrar, topografá-lo. Por que não poderíamos fazer isso com a internet? Essa era a minha pauta.
Na Veja da semana passada, o tema de capa era "O Big Bang da Internet - A computação em nuvem é o embrião da inteligência coletiva que fará a verdadeira revolução digital".
As páginas da revista não só mostram algo muito perto da minha ideia de pauta como também justificam a dificuldade de executá-la enfrentada pelas fontes que procurei. Segundo a reportagem, a rede é uma nuvem. (!!!!)
"Nuvem"?
"A nuvem é um espaço de processamento e armazenamento de dados que não depende de nenhuma máquina específica para existir", diz o texto.
HEIN?
E lá pelas tantas o texto diz coisas como:
"... dentro de 10 anos, estarão conectados à rede 7 trilhões de computadores, celulares, geladeiras, mas também aviões, carros, torradeiras, aspiradores de pó, torneiras, interruptores de luz, as próprias lâmpadas..." .... "Com o barateamento dos chips e a disseminação da cobertura sem fio, poderão estar conectados à internet cada animal doméstico e o seu dono, cada pé de sapato ou tênis... também músculos cardíacos ou o cérebro das pessoas..."
HEIN?

Pois é... a Veja não tem horóscopo, mas publica uma matéria dessas. Não estou duvidando da Era da Nuvem não... Pelo contrário! Ela é a prova de que parecemos caminhar ao encontro do que até então parecia invisível, abstrato, absurdo, impalpável, ficção científica... místico...
Cada coisa a seu tempo.
Se precisamos ver para crer, que seja... Qual a "Era" mais maluca, a de Aquário ou a da Nuvem?
Tecnologia é pura Era de Aquário (ops!, hahaha, foi só uma provocaçãozinha).

Clicando aqui, indo em acervo digital, dá para achar a revista da Big Bang e ler a reportagem. Boa viagem.

16 agosto 2009

Cotidiano

Tem o trabalho 1, o trabalho 2, o trabalho 3 e talvez aquele 4. Tem os treinos. Tem as viagens em função do trabalho 1 e do trabalho 2. Tem o curso 1 e o curso 2. Tem o ir-e-vir, o supermercado no meio do caminho, a casa pra cuidar, e o corpo também: a vontade de dormir, o comer bem e descansar. Tem um cinema aqui, um livro ali. Tem os amigos. Tem as trocentas outras coisas que surgem sem previsão no meio disso tudo.
E o dia termina.
É bem sutil a diferença entre achar que estamos guiando nossa vida e estarmos, na realidade, sendo guiados por ela. Se deixar, a vida decide pela gente. Uma viagem, um emprego que surge, um filho, uma acomodadinha e pum, já era. Já senti isso bem perto e sei como é.
Mas com base no que decidimos? No que?
A única coisa de que tenho certeza é que a decisão "certa" (q pode parecer "errada" para os outros) nos enche de vida. Nos ilumina. Nos deixa leve. Por mais "absurda" que ela pareça. E que a decisão "errada" faz o contrário: nos encolhe, nos apaga, nos pesa, apodrece algo na gente - por mais que ela venha carregada de argumentos, vontades, fatos e evidências.
Simples. Só que não se ilumina ou se apodrece antes de decidir. Só depois.
Que possamos todos contar com a intuição. Ela existe. Quando ela vem, é cabal: você não duvida, nem olha para trás.

***

Todo dia eu só penso
Em poder parar
Meio-dia eu só penso
Em dizer não
Depois penso na vida
Pra levar
E me calo com a boca
De feijão...

***
Estou pensando em ter carro de novo. Mas minha ideia é meio maluca. Queria uma espécie de cooperativa. Não preciso de um carro só para mim. Queria dividi-lo, na alegria (pela comodidade e praticidade) e na tristeza (compra, manutenção, combustível, impostos). Pouca gente entende minhas ideias. E os que entendem não topam. O problema deve estar comigo mesmo. Mas de onde as pessoas tiram que precisam de um carro só para elas? Por que parece normal para elas engarrafar o trânsito todo dia, sentadas gordas atrás do volante, SOZINHAS?!?! Um carro inteiro vazio!!! Por que as pessoas acham que precisam de dois ou TRÊS carros?!?! Tem construtora fazendo prédio com garagem para isso tudo e propagandeando isso como se fosse a coisa mais normal do mundo!!!
...
O que faz as pessoas acharem que elas têm um carro? Elas não têm. É só uma impressão. Pensa bem: seguro, impostos, multas... Quem tem o carro é a seguradora. Você paga ela e ela te empresta o carro. Ainda assim, para andar na rua, o governo, o mundo precisa te deixar: pague de novo. Não contente, vc compra um carro feito para andar bem com 100km/h e há um código de trânsito que te diz para andar na tabaí-canoas a 80km/h. Não vou nem falar na cidade... que não se consegue passar de 40km... E aí? Vc acha que tem um carro mesmo?
Viva as bikes!!! Viva os ônibus!!! Viva o T7!!!
...
Sei lah. Eu sou maluca, então. Me deixem.
...
Que nem a ideia de fazer um site para caronas em Porto Alegre. Eu queria fazer. Não tem. Ou nunca achei... Conversei com um cara que faz sites... Ele até achou legal a ideia, mas perguntou: " por que as pessoas se cadastrariam para oferecer carona no caminho que elas cumprem SOZINHAS TODOS os dias?".
Ah, pois é... Por q?
Se eu preciso explicar isso...

09 agosto 2009

"Tem cartão Bom Clube?"

Já perguntei pra uma delas, as caixas do supermercado Nacional, quantas vezes por dia elas dizem isso: "Tem cartão Bom Clube?".
Não foi bem uma pergunta, foi quase uma afirmação, um pensar alto, identificado com a loucura que deve ser ter de dizer a mesma coisa a cada um dos clientes que passam por ali.
A moça entortou a boca para um lado, jogou os olhos pra cima e, suspirando, largou algo como "nem me fala...".
Lembrei disso ao descobrir a existência desse livro, escrito por uma ex-caixa de supermercado francesa: Les tribulations d'une caissière.
(Muito francês um livro sobre isso neh? hehe)
O livro fala do tratamento dispensado pelos clientes... Desrespeito, humilhação, mas também boas histórias de amizade e gentileza. Segundo o relato da Anna Sam, a autora, ela repetia mais de 200 vezes por dia cada uma dessas 3 frases:
"vc tem um cartão de fidelidade?"
"vc pode retirar o seu cartão, por favor?"
"obrigada, tenha um bom dia."

O livro foi sucesso na França. E em 2009 chegou a outros 10 países.
Será que, aqui no Brasil, vão vender no súper? Naquelas prateleiras que a gente fica olhando enquanto espera a vez no caixa?

Há muitos trabalhos/empregos - talvez todos - que rendem histórias, livros... Ok, todos, mas alguns são mais livros do que outros...
Cobrador de ônibus, manobrista, vigilante noturno, operador de pedágio, eletricista de semáforo, taxista, bilheteiro de cinema, caixa de banco, frentista, garçom, caixa de Correios, atendente de lavanderia... nossa, muita coisa.
Cada profissão/trabalho/função acaba por definir a janela pela qual a gente assiste o mundo/a vida, neh?

Quem decide dividir isso, num blog ou num livro, está dando o ladinho na janela, convidando os outros a enxergar o mundo/a vida por outra perspectiva. E quem lê, aceita o convite, percebe que a sua própria perspectiva não é a única, talvez nem melhor, nem pior.
Dividir o que vivemos/sentimos é abrir janelas para arejar o pensamento. O nosso e o dos outros.

04 agosto 2009

"Cuidei melhor dos personagens do que de mim"

Já tinha visto ele falar sobre isso em uma entrevista para o Jô Soares. E fiquei surpresa com a revelação. Esses dias, "viajando" numa livraria, sem estar procurando nada específico (o "olhar vagabundo", como diz o Rubem Alves), dei de cara com ele novamente, falando sobre a mesma coisa, na Revista Bravo. Selton Mello teve depressão.
Depressão é, evidentemente, uma merda. E uma merda que as pessoas, a maioria delas, insistem em jogar pra debaixo do tapete. Lidar com os humores dos outros é mesmo difícil, mas fazer de conta que está tudo bem, quando não está, só faz a merda ser mais merda. Me espanta as pessoas dependerem de um exame de laboratório ou do diagnóstico de uma doença "mais normal" para acreditarem que algo não vai bem. Enfim...
Fiquei surpresa porque o Selton está, por mim, associado a bons /excelentes trabalhos - quando a pessoa faz sucesso, a gente tende a achar que ela está feliz/realizada. Sim, eu sei: não tem nada a ver, aliás não faltam histórias para provar o contrário! Mas o Selton?!?!? Até tu, Selton?! Foi mais por aí a minha surpresa.
Enfim, ele fala de angústia, fala de cansaço, o emocional, o pior deles. Conta que a pior fase foi nas filmagens do Jean Charles, o que pra mim faz muito sentido: reviver aquela história não podia ser mesmo algo muito "up", energeticamente falando... Ainda mais para um ator, para quem o instrumento de trabalho é a sensibilidade.
Quem já foi no seu limite e viu que precisava mudar vai se identificar com o que ele conta.
A entrevista está aqui (clica!). Tem frases ótimas. A começar pelo título da entrevista: "Cuidei melhor dos personagens do que de mim".
... Será que é preciso ser ator para cometer esse erro?

Bem juntinhas

Bem juntinhas
eu e a Búio