21 janeiro 2009

"Vámus, tchícaaa!!"

Demorei quatro dias para ter certeza: não fiz um grande tempo em La Paz, meu primeiro triathlon olímpico. La Paz é tanta informação que você precisa de alguns dias para assentar o pensamento, separar as coisas.
Mas quem disse que eu quero separar?
Reduzir La Paz a horas, minutos e segundos seria uma injustiça, uma bobeira. E, no meu caso, uma mentira. Encarei o rio com toda a coragem que eu consegui conquistar nas provas em água aberta, perdi a noção do que seriam 40km de pedal e quebrei. E na corrida... me diverti muito, muito e muito nos 10km de corrida. Não deixei de tocar nas mãos das pessoas nem nas bandeirolas em cordas esticadas de ponta a ponta na largura da rua. Não deixei de sorrir nem de retribuir com um ok de polegares todos os aplausos e "vámus, tchícaaa!!" que ouvi.
Abri o maior sorriso que eu pude nos metros finais até o pórtico de chegada. Tomara que alguém tenha fotografado (aqui já tem algumas). Quero guardar isso pra, de repente, mostrar pros meus filhos. Não, não vou persuadi-los a fazer esporte caso prefiram outras coisas. Quero é encorajá-los a buscar um sorriso parecido nessas coisas que escolherem.

Papinho de pangaré, neh? No fundo eu queria ter feito um tempo absurdo pruma estreante. Hahaha  ;)
Vai saber... 
O fundo da gente é o lugar das coisas absurdas.
Na foto, a "delegação" gaúcha feminina. Da esquerda pra direita: Daniela, Maira, Silvia, Paula, Fernanda, eu e Ane.

15 janeiro 2009

Progressão

Tudo fica melhor depois que a gente treina.
(hmm... se bem que...)
Tudo fica melhor depois que a gente come.
(sim, mas tb tem isso ó...)
Tudo fica melhor depois que a gente dorme.
(na real, é o seguinte)
Tudo fica (muuuuito) melhor depois que a gente treina, come e dorme. De conchinha.

:)
Yeaaah.
Ah, bobinho, neh? Mas pura verdade. Ah. Grandicoisa! Eu achei bonitinho esse post. 
É, achei.
b de bobagem e b de bonitinho, esse bLOg. Depois, vem a TPM e fica só g.
g de glup. E de gororoba.

10 janeiro 2009

Polar, quando fala o coração

E a Maysa, hein? Que mala... Tá, mas eu não vou escrever sobre isso.

A qualquer momento, eu levo o indicador e o dedo médio à lateral da garganta e posso sentir a frequência cardíaca. Outras vezes, sem que eu preveja ou possa provocar isso, ouço o coração bater na ouvido. É quando deito de lado, e a orelha se espreme no travesseiro ou contra o colchão. Em seguida de uma série boa/firme de natação, eu toco a virilha com as mãos e também posso sentir ele bater. No fim de um treino forte de pista, é minha barriga que pulsa. Não é bem a barriga, é abaixo daquele ossinho em V, ali pelo diafragma. Aquela pele ali fica saltitante. E, se está calor, ao terminar um fundo de corrida, olho para as minhas mãos, veias em evidência, e vejo na parte interna do pulso uma delas pulando sozinha, se exibindo em meio a quietude de elefante no inchaço das outras.
Os poetas, mesmo os sedentários, devem ter razão. A gente é só coração.

Falando em frequência cardíaca, roubaram o Polar que eu usava. Roubaram não. Foi um assalto. Mas foi tranquilo. "Tia, não grita que, senão, te dou um tiro". Continuei caminhando, ele, um gurizote, ao meu lado, de bicicleta. Se alguém nos viu, pensou que fôssemos conhecidos. "Me passa o celular". Acho que ele não tinha uma arma. Mas o que eu poderia fazer? "Eu não tô com celular". Continuamos lado a lado. "Tá sim, tô vendo aí no teu bolso". Eu não estava mesmo com o celular. "Não tô, cara!". Aí pensei no relógio, e meu pensamento virou realidade. "Então, me passa o relógio". Eu já desfivelava a pulseira, ele insistindo no celular. Eu quase começava a acreditar que não tinha mesmo deixado o aparelho em casa. Lá se foi o relógio. 
Claro que não gostei de ficar sem o relógio, mas não é exatamente isso que incomoda numa situação dessas.
Mas não, não fiquei com o coração na boca. (brabo foi aquele "tia" ali... heheheh)
Meu coração é estranho.

E essas frases pescadas em filmes-palha, para os quais não dou nada, mas cujas frases, uma ou outra, grudam em mim como verdade, assim, sem que eu esperasse? Mesmo as que parecem mentira. Se grudou, é porque tem verdade ali.
Tá, quem sabe eu escreva sobre isso.

01 janeiro 2009

Beira-Rio marrenta

Quinta, dia de pedal. Beira-Rio no seu melhor (??) estilo. Ventando bem, com rajadas. 
Não foi o caso hoje, porque tinha vento na cidade toda, mas na Beira-Rio acontece um troço estranho. Você está lá, no meio do vento; quando termina o treino e pega a Ipiranga, dando as costas para a Beira-Rio, é como se uma porta se fechasse atrás da gente. O vento para*, o bafo/calor te abraça como um amigo chato. E só se desgruda na ducha mais próxima. Quando isso acontece, tu tem certeza de que, enquanto pedalava na Beira-Rio, estava em outra dimensão.

Mas o vento hoje... Contra o vento, ficou maior a vontade de eu e a bicicleta nos transformarmos em eueabicicleta, uma coisa só. Então, quando vejo, tô tão socada nela que machuca. Firmo o braço, me esmago no banco e acho que acabo desperdiçando força, não sei.

Na quarta vez que ía contra o vento, me irritei. Arranquei o velocímetro e... Arranquei o velocímetro e... guardei na bermuda (heheh, meu máximo de irritação). Sem saber quanto faltava pro final do treino, pensei em pedalar até que a Montana começasse a exalar cheiro de churrasco velho. Nada a ver neh? É. Tô brincando. Eu tinha idéia do quanto faltava em km sim.

Decidi que contra o vento ia tentar manter um ritmo de giro independentemente do resultado em km/h. Teria de haver um. Uma perna girando depois da outra, só isso. E que ia brincar também. Brincar com o pedal e a sapatilha. Uma hora eu ia girar empurrando 0 pedal concentrada na ponta do pé. Outra hora, ia pensar no calcanhar, pensar na força no momento da retomada (se é que existe retomada em giro heheh). Não sei se consegui me concentrar totalmente, mas o treino que parecia interminável terminou.
Ducha.

*aiê! sem acento... ??? sei não.

Bem juntinhas

Bem juntinhas
eu e a Búio