"Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."
Por quanto tempo viverei só de olhares? Enquanto durar a crença de que eles podem ficar mais e mais profundos - e mais e mais reveladores. A gente se acostuma a eles, como acostumar o ouvido a um novo idioma.
Será q não?
Meus olhos sempre falaram mais do que minha boca. Várias pessoas já fizeram menção a isso. Desde comentários engraçados, do tipo "não fala, mas presta uma atenção" (Loraine = coruja), até os mais diretos: "com esse jeito de olhar, a Loraine não precisa falar".
Hmm. Que enigmático. Charmoso até. Mas nada muito prático. Tem vezes que é preciso falar sim e aí... todo o cuidado é pouco. Todo o cuidado para medir as palavras? Não, justamente o contrário! Cuidado para ser espontânea, e não enveredar para a retórica. A retórica é outra forma de não falar nada.
Mas voltando à frase do Mario Quintana. Lembrei do filme Simplesmente Marta. Se tem uma coisa nele de que gosto é isso: não falar o essencial. A personagem principal, a durona Marta, é assim. Tem um monte de coisa acontecendo na emoção e em vez de ela se aventurar em palavras que expressem tudo isso, ela fica falando outra coisa. Mas é tudo tão evidente...
Entende?
O que é... é. "A verdade não precisa ser mantida". (a verdade é.)
Falar com os olhos e falar espontaneamente, esses dois jeitos meio opostos de comunicação, aliás, estão no filme. O falar o que vier na cabeça está no personagem Mario, o italiano que vem injetar emoção na vida da Marta.
E falando em olhos... uma das principais cenas do filme é justamente a que ele venda os olhos dela...
ih, sei lá por que tô falando tanto nesse filme. Eu já vi duas vezes, por força até de "trabalho", durante o Mesa de Cinema.
Ficou com vontade de ver? Bom, se não gostar, azar. Eu não aceito reclamações. (ah, se vc pudesse ver meus olhos agora...)
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