09 setembro 2006

O nulo e os burros

Entendo perfeitamente os argumentos de quem condena o voto nulo. De fato, alguém terá de ser eleito, diz a legislação. Aqueles que apontam o voto nulo como burro estão raciocinando dentro das regras do jogo.
Mas só um pouquinho, peralá. Vamos tentar dar um passo para trás e olhar o todo.
Os últimos acontecimentos políticos mostraram que o respeito às regras do jogo não orienta exatamente a conduta do caras que ganham o poder. Por que que tamanha devoção às regras do jogo vale só no momento em que o eleitor tem chance de agir? Ainda que nada das sacanagens conhecidas tivesse ocorrido, se o eleitor prefere o nulo, alguma coisa ele está querendo dizer.
Acho que falta um pouco de sensibilidade para olhar a coisa mais pelo todo, a despeito das regras eleitorais. Se o eleitor sabe que não vai mudar nada - pelo menos naquele pleito - votando nulo, e ainda assim quer anular, pôxa, tem algo errado aí. Se os defensores do voto não-nulo (e os políticos) não sacam isso, de que lado está a burrice? As regras do jogo não podem se sobrepor ao fim em si.

Um comentário:

Fernanda Souza disse...

Falou e disse!

Bem juntinhas

Bem juntinhas
eu e a Búio