05 novembro 2007

E pra descer, é por trás?

Primeiro dia de bilhetagem eletrônica em parte dos ônibus de Porto Alegre. Fase inicial, começando com os idosos. Meninos, eu vi.
Eu vi:

- embarques demorados
- aquela área pré-roleta lotada, porque ficou menor, só há três assentos agora por ali...
- senhoras distintas trancarem a roleta achando que tinham o cartão, mas não tinham
- senhores e senhoras se esforçando para enxergar o visor azulado da bilhetagem (é realmente um pouco ruim a visibilidade, eu achei, imagina com 70 anos...)
- senhoras discretamente envaidecidas por poderem avançar ônibus adentro, algo tão corriqueiro para gente e hoje tão especial para elas (a primeira vez!), que sempre se empoleiravam às costas do motorista
- também vi senhoras se negarem a passar a roleta, pedindo pra descer do ônibus na parada seguinte, não adiantando o pobre do cobrador explicar que todos os carros da linha exigiriam o mesmo dela...
- vi cobradores serem ofendidos...
- vi senhoras tentando ajudar senhoras/senhores: sim, os promotores da mudança colocaram como guias/orientadores nos ônibus pessoas igualmente mais velhas... Talvez para criar uma identificação com os usuários atingidos pela mudança, não sei... Mas a mim pareceu apenas duplicar o problema: quem ajudava era tão pouco ágil como quem precisava de ajuda...
- e mais do que vi, ouvi a frase do dia (que resume bem a epopéia que foi para os idosos andar de ônibus hoje). Depois de passar a roleta e se acomodar, disse a senhora lá do fundo do ônibus (é tão estranho ver senhoras no meio do ônibus, no fundo deles, ao teu lado no banco!!!): "E pra descer, é por trás?".

3 comentários:

Fernanda Souza disse...

Pelo menos agora eles não vão mais ficar empoleirados lá na frente.
Não tinha lugar para todo mundo e eles tinham que entrar na frente da gente, depois acabavam se machucando com o povo passando no meio deles!

JC Baldi disse...

É uma equação complicada de se resolver. Todo mundo "jovem" que eu conheço é contra os veteranos ali na frente, atravancando a passagem nos horários mais filhos da mãe possíveis, só que eles merecem um certo tratamento diferenciado. No entanto, creio que o TRI está aí mais para controlar com precisão quem realmente anda de ônibus.
Infelizmente, não é de hoje, a EPTC/Secretaria da (i)Mobilidade diz amém a tudo que a ATP quer. Os interesses dela sempre se sobrepõem aos dos passageiros, desde as coisas mais simples como a preferencial que é dado a um ônibus até outras questões como entrar pela frente no ônibus e ir para o fundo, no sentido contrário do que o ônibus anda...

JC Baldi disse...

Na verdade, falta muito respeito e consideração com os passageiros. E a gente acaba nos xingando uns aos outros quando a questão é a falta de qualidade do transporte público. Dava para escrever um dia inteiro, mas vou ficar por aqui...hehe

Bem juntinhas

Bem juntinhas
eu e a Búio