27 outubro 2005

Strokes em POA

Chegada (1)
No meio do caminho, tem um valão parente do Dilúvio. Primo distante. O show lá, nós aqui e o valão no meio. O jeito é buscar o primeiro vão. Jogging por um matinho que se acha grama.

Chegada (2)
Modernos... Gurias de gravatas, guris escabelados e com paletós dois números menores e abotoados de maneira torta. Meninos que parecem meninas. Morte aos “mudernos”. Não agüento mais. Tinha esquecido que isso era inevitável num show dos Strokes.

Chegada (3)
Agora junta com os “mudernos”, churrasquinho de gato + cambistas + cachorro quente + batida de abacaxi com cachaça vendida aos chocoalhos no cordão da calçada (calçada?) + meninas de 11 anos.

Revista (1)
Não pode entrar com garrafa d’água. Eu sabia, tinha lido, mas achei que na área vip podia. Mais tarde, vou descobrir que não só não podia como não precisava: bebida não faltava ali naquele puxadinho perpendicular ao palco que eles chamam de área vip.

Revista (2)
Quero colaborar. Chego arreganhando fechos da bolsa para a tia com pinta de baiana-que-vende-acarajé. Não olhou para minha bolsa que dirá para minha cara. “Tem franguinho assado aí, querida?”, pergunta me passando como quem tira do caminho um galho de árvore desgarrado e já olhando para o que vinha atrás de mim. Claro que não tem, mas claro que no susto me vejo quase respondendo, ainda bem que falo baixo. “Entra, entra”, ela diz sem esperar que eu cerre os fechos da bolsa de novo.

Área vip (1)
10 passos e pelo menos três meninos não modernos, sarados e excessivamente simpáticos já tinham me oferecido champanha. Legal o jeito que eles seguram a garrafa. Mas eu queria cerveja. Achei. Em seguida, achei a minha amiga, a autora do convite que me levou até ali numa terça-feira à noite.

Área vip (2)
O chão é acarpetado de preto. Mal acarpetado. Isso significa que você não tem certeza do início e do fim dos degraus e que pode tropeçar ou em pontinhas do carpete descolado ou em bolsas e sapatos de quem, enfim, está curtinho o show. O vaivém de meninos simpáticos segurando charmosamente suas garrafas de champanha continua. E eu, na cerveja.

Área vip (3)
O banheiro é químico, claro. Mas a experiência é sensorial. Completo escuro. Você se fecha ali dentro, não tem a menor idéia do que se avoluma sob seus pés (serão “restos?”), nem onde começa o vaso e qual, digamos, seu diâmetro. Ainda bem que o papel higiênico é branco (bem, acho que era papel higiênico aquilo...) e que os celulares têm telas iluminadas. Na rua, na área formada pelas duas fileiras de cabines químicas colocadas em 90° uma em relação à outra, fica um cara borrifando bom ar. Um aerosol em cada mão, como um pistoleiro do fedor. Mais cerveja.

Área vip (4)
Alguém brinca perguntando das trufas. Cola. As trufas de chocolate aparecem mesmo. Duas me salvaram. É a hora da água sem gás.

O show? Ah, o show foi tribom. Last night (last nite?) mil vezes em relação a Is this it.
Quem é o cara que ficou com a guitarra? Quem?

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Bem juntinhas

Bem juntinhas
eu e a Búio