29 março 2009

Limpando a praça

Eu passei pela praça e tinha uns caras com uniformes aparando a grama. Deve ser aquelas coisas de 'adote uma praça', neh? No meio deles, atirado no chão sob o sol, dormindo um sono tão denso que parecia de morto, tinha um homem. Desses de rua, tão comuns que meu olho só os vê quando estou a dois passos daqueles corpos amontoados entre calçada e muro.
Alguém adotou a praça, alguém cuida daquela grama e daqueles bancos e lixeiras, mas ninguém acha que precisa cuidar daquele homem.
A constatação não me exclui. De alguma forma, temos todos responsabilidade sobre o mundo em que vivemos. Complicado é fazer algo na prática. Constatar é só constatar, infelizmente.
Eu constato, por exemplo, que tenho vontade de xingar quem usa mangueira d'água para varrer calçada. Eu constato que fico chocada quando vejo alguém jogar lixo pela janela ou bagana de cigarro na calçada. 
Mas na prática... eu provavelmente leve mais tempo no banho do que precisaria e talvez gaste tanta água quanto os varredores de calçada. Outro exemplo: eu tenho várias sacolinhas de pano mas nunca lembro de levá-las comigo e acabo voltando com as de plástico do súper.
E isso tudo (+ outras percepções mais pessoais) é só a ponta do iceberg, só o que percebo. Imagina o que ainda não sei?
Nossa, como ser humano/a é confuso. Deve ser por isso que limpar a praça é mais fácil.

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Bem juntinhas

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