21 setembro 2005

Simultâneos

O tempo anda maluco - essa a sua avó já dizia, né? Mas agora se documenta! Esses dias a ZH tinha na mesma edição, quase na mesma página, uma reportagem sobre o horário de verão e outra sobre ocorrência de neve no RS, a primeira do ano.

Aí, eu aproveito para pôr aqui um outro texto, feito há um ou dois meses, tb sobre coisas simultâneas que não têm nada a ver. Lá vai:

Não sei como escrever isso sem parecer muito idiota. Eu achei curiosa a coincidência. Neste final de semana, se alguém pudesse ver o planeta Terra de longe, mas com uma capacidade de visão tão micro como macroscópica, acompanharia a performance de um grupo de homens no espaço – nesse caso, lógico, em primeiro plano -, de um grupo de homens no fundo do mar e de um terceiro enterrado vivo. Me dei conta disso ao abrir um site de notícias na Internet. Os três fatos estavam lá. E ocorreram simultaneamente.
1) Com sete tripulantes, o ônibus espacial Discovery estava numa missão no... adivinha? Espaço. Tinha umas reformas que fazer e, como se imagina, não dá para sair da nave como se sai de dentro de uma casa para trocar a lâmpada da rua. Voltaram terça-feira e tudo correu bem: a nave não explodiu ao “colidir” com a atmosfera, por mais estranho que a possibilidade de isso acontecer possa aparecer ao leigos, acostumados a uma atmosfera que, enfim, não parece uma parede.
2) Também com sete tripulantes, no caso, marinheiros – e, acrescente-se, coitados -, um submarino russo estava... adivinha? Encalhado, preso em redes de pesca no fundo de uma baía de Kamchatka (? Extremo-oriente russo). Cara, o mundo dá voltas e voltas, e os russos continuam afundando ferro velho. O que essa caqueira fazia no fundo do mar? Ninguém disse. Os meninos tripulantes chegaram a escrever cartas de despedida para as famílias, porque eles tinham pouco oxigênio e tal. Sobreviveram. Foram salvos.
3) Enquanto isso, um grupo de brasileiros, no Ceará, ia e vinha por um túnel de 80 metros de extensão, a quatro metros abaixo da terra, ligando uma casa ao cofre do Banco Central de Fortaleza. Adivinha fazendo o quê? E eles se arrastaram o fim de semana inteiro, porque levaram R$ 150 milhões, o maior roubo (furto?) da história do país. Estão a salvo também.

E se alguém do grupo do espaço, alguém do grupo submergido e alguém do enterrado fossem parentes? E se as três cenas fizessem parte de um filme sobre as possibilidades humanas? Nada a ver, né? Eu disse que era idiota.

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