30 abril 2006

Frisos

Sim, eu vou pular a minha, para não misturar razão e emoção – não que tenha conseguido impedir a mistura no que vem a seguir, mas acho que no primeiro caso não conseguiria nem disfarçar.
Pulo a minha para falar da geração de meus pais e da de quem tem até 20 anos hoje.
Tem várias coisas que eu não entendo na juventude dos anos 60 e 70. Frisar as calças, por exemplo. Minha mãe se gabava que meu pai passava (a ferro) frisos de calça como ninguém, e eu nunca entendi como isso pode ser propagandeável ou galanteador (principalmente na hora de usar as tais calças). Mas eu entendo que a geração deles seja fumante, por exemplo.
Agora, o que eu não consigo engolir é alguém fumando com 20 anos hoje. Não entendo como alguém que nasceu em 1985/86, que começou a entender o mundo em 95/96, que pôde a partir do ano 2000 (porque já adolescente) dispor de liberdade e conhecer qualquer informação (pensa na extraordinária revolução de métodos que os colégios sofreram, pensa no imensurável efeito da conexão em tempo real da Web), como alguém, diante de tantas possibilidades, escolhe fumar?
Ok, há muitas variáveis aqui, e eu estou reduzindo a uma opção o que pode ser um vício, um gosto. Afinal, se conseguíssemos gostar e fazer só o que é saudável, nossos problemas tinham acabado – tipo, passa a régua, manda fechar esse mundo e fazer outro rapidinho porque virou paraíso de novo.
Mas a minha implicância não é só moral. É espacial, quase estética. Não combina. Cigarro destoa de todo o resto do universo jovem atual. É quase como fazer o menino ir para o colégio com friso nas calças.

2 comentários:

Unknown disse...

Concordo, concordo, concordo!

Ane Meira disse...

Uma boa chinelada da mãe resolveria. A menos que a mãe desse infante seja fumante.

Bem juntinhas

Bem juntinhas
eu e a Búio